Friday, November 27, 2009

Opinion of the Week: "Condemned to Prosperity"

Opinião da Semana: "Condenado à prosperidade"

Como prometido, no meu primeiro post sobre o reporte especial da revista inglesa, The Economist, volto a escrever sobre o assunto. Só que desta vez pretendo aprofundar-me na análise de um dos artigos que compõem as 14 páginas da reportagem.

Entitulado "Condemned to Prosperity" o artigo me fez lembrar da Part I do livro "As veias abertas da América Latina" do uruguaio Eduardo Galeano pois o mesmo faz referência às riquezas latino-americanas.

Na matéria a revista diz:
Não muitos países levam o nome de commodities. Tem a Argentina, que provem da palavra em latim que significa prata; Costa do Marfim, que serve de lembrete que as riquezas naturais nem sempre levam à prosperidade; Panamá e Uruguai, cujos nomes podem ter origem de palavras índigenas para peixe; e também o Brasil, que ficou famoso pele sua madeira, o pau-brasil, fonte de uma valiosa tintura. O Brasil já passou por vários booms: o dos metais preciosos no século XVII, açúcar no XVIII e café no XIX. Mesmo assim nenhum beneficiou mais o país tanto como o atual.
No caso, a revista se refere à grande descoberta de petróleo na costa do país feita pela Petrobras em 2007, que tem, desde então, gerado muito entusiasmo. Mas apropriadamente a revista nos lembra que "é fácil esquecer que o Brasil já é de fato o maior exportador de café, açúcar, frango, carne e suco de laranja". Não só isso, mas também menciona a liderança do Brasil na comercialização de soja e minérios de ferro, assim como outros minérios e metais.

Vejo que a situação do Brasil, como país de commodities, assim como na grande maioria dos países da América Latina, não tem mudado muito desde que o escritor Galeano notara em seu livro escrito em 1970 que a região continua sendo um provedor de matérias-primas para os países ricos. Nada novo baixo o sol, pelo visto.

É que, apesar de tanta riqueza, ainda continuamos a viver na pobreza. O artigo em questão, retrata apenas dois problemas que enfrenta esse setor lucrativo, mas aponta que o Brasil já superou certos obstáculos que o puseram no centro da economia global. Um deles, "o aprimoramento do sistema financeiro" que deu passo à "maior estabilidade econômica que permitiram às empresas investir sem medo" e o outro o aumento na demanda de commodities à nível global, pelo qual vários países incluindo o Chile tem sido beneficiados.

Os problemas

Um deles é, ainda, o da reforma agrária, quem tem direito à terra. A matéria cita o MST e tenta explicar a complexidade da instituição ao mencionar a diversidade de seus membros, sendo que alguns são associados à assassinos e outros verdadeiros líderes em inovação e justiça social. A outra questão ainda em relação à distribuição da terra se relaciona à Amazônia, lugar onde vários preferem o desmatamento para a apropriação de terras.

O outro grave problema, que gostaria de discutir em mais detalhe é o problema de infraestrutura. Se bem é certo que nenhum brasileiro precisa ser mais uma vez lembrado dos problemas nas rodovias, etc. vale a pena destacar uns trechos do artigo em relação a esse problema.

Estradas perdidas













Um segundo problema que segura os produtores de commodities é a infraestrutura desigual no Brasil. Depois de examinar muitos dados, a Comissão de Crescimento do Banco Mundial concluiu que, com objetivo de continuar crescendo rápido, os países em desenvolvimento devem investir ao redor de 25% do seu PIB, dos quais 7% devem ir para infraestrutura.

Mas, por íncrivel que pareça, em 2007, no mesmo ano da descoberta de petróleo, o país investiu apenas 0.1% do PIB na melhora do transporte, segundo a revista. Ela diz que enquanto algumas empresas, como a Vale, por exemplo, não sofrem com esse problema, pois possui sua própria malha ferroviária, o país continua a usar como principal meio de transporte às rodovias.

No momento em que as mercadorias são carregadas em caminhões, tudo fica mais devagar. Os caminhões do Brasil tem em média, 14 anos de idade. Seus para-choques são normalmente adornados com letras de grande altura declarando que o motorista depositou sua fé em Deus, o que é considerada boa coisa, devido ao estado das estradas e algumas das ultrapassagens que faz com o caminhão.
Mas o problema não para aí. O problema com a infraestrutura é bem mais complexo. A matéria, contudo, enxerga o problema como um freio ao aumento da exportação dessas matérias-primas. Ela falha em notar, por exemplo, a violência e as mortes nas estradas do Brasil. Ela não parece importar-se muito com isso. Afinal, o que interessa é como a riqueza natural do Brasil chega ao mercado internacional.

Mas, como já mencionei em outro artigo, a revista não tem, ou não teve, como intenção expor os profundos problemas administrativos do governo brasileiro. Mas, dá pinceladas, oferece aqui e acolá menções das falhas e acertos da administração atual. "Mas mesmo quando o governo federais e estaduais estão por tras de projetos de infraestrutura e o dinheiro foi alocado, frequentemente nada acontece", diz a revista.

Problemas como esse são comúns, muito comúns no Brasil. Acredito que o pior de todos os problemas é na política, aquela que vem desde cima para baixo, do governo aos cidadãos. A iniciativa tem que ser geral, vir de todos os níveis. No Brasil é común o pensamento do "é cada um por sí", o aproveitamento das riquezas naturais, o que chamam commodities, é a apropriação do dinheiro público é um dos grandes males do país.

Quer dizer que o Brasil, assim com a maioria dos países da América Latina, estão condenados à riqueza e o risco de não saber gerenciá-lo. A floresta amazônica, as grandes extensões de terra já disponíveis para a agricultura e a recente descoberta do petróleo são os grandes desafios do Brasil. Como fazer com que a descoberta do pré-sal não se torne um suicidio ambiental? Como fazer com que a ganância e o roubo que atualmente permeiam o país não transformem tal riqueza em maldição?

A desmatamento da floresta amazônica, a extração de mineiras e as mortes que dela provem é descrita na revista. Infelizmente esse é o caminho errado tomado uma e outra vez pelos governantes e outros envolvido no negócio de commodities.

Sem uma análise detalhada da situação política no Brasil, em junção à situação econômica, a revista perde a chance de fazer a diferença. É que por causa do roubo e manipulação atual de nossas riquezas que não só os cidadãos comuns mas empresários e todos saimos perdendo.

A história tão bem descrita no livro de Galeano continua a soar certa ainda hoje e continuará no futuro próximo da América Latina.

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Special: Latin America voices in Copenhagen

Especial: Vozes latino-americanas em Copenhagen

Lula, a Amazônia e os países ocidentais.

Ao me deparar com o artigo "Brazil Seeks West's Aid on Amazon" do Associated Press, encontrado no NYTimes, minha primeira reação foi postá-lo no Twitter e publicar a versão em português aqui. Como não existia, fiz eu mesma a tradução, confiram:


"Brasil busca auxílio do Ocidente na Amazônia"


O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que os países ocidentais deveriam pagar pela prevenção do desmatamento na floresta amazônica pois esses países têm causado muito mais destruição ambiental no passado do que os madeireiros e agricultores locais.

Lula fez estas declarações momentos antes de começar a conferência sobre a Amazônia, na qual delegados assinaram uma declaração pedindo ajuda financeira ao mundo industrial para deter o desmatamento.

Ele disse que não queria que as nações ricas "nos pedissem para deixar um residente da Amazônia morrer de fome debaixo de uma árvore."

"Queremos preservar, mas eles vão ter que pagar o preço por essa preservação, porque nós nunca destruímos nossa florestas como eles destruíram as suas, há um século atrás."

Lula convocou a reunião para formar uma posição unificada sobre o desmatamento e a mudança climática com as sete nações da Amazônia antes que a reunião de Copenhague começasse. Mas apenas dois líderes das mesmas participaram.
Opinião:

Parece-me que o Brasil já possui suficientes riquezas e que não precisa mais ficar justificando atrocidades sendo cometidas contra a natureza, como é o descaso com a floresta amazônica. Querer que países ocidentais paguem o preço pela preservação de patrimônio brasileiro, quando estes enfrentam desafios ainda mais sufocantes no âmbito ambiental, é com certeza uma má ideia.

De fato, é uma péssima ideia. Afinal, a floresta amazônica já é considerada patrimônio mundial e por essa mesma razão, caso o pedido de Lula fosse um dia vir a se realizar, 'vendê-la' aos países que, como ele mesmo disse (e com razão), já destruíram muito o planeta, seria mais uma oportunidade para acabar com mais uma riqueza natural e afetar ainda mais o nosso frágil meio-ambiente.

Além do mais, que eu saiba, não tem ninguém mais passando fome no Brasil. Se tiver, então há algo de errado com seu programa social que diz ter erradicado a pobreza extrema.

Mas, o presidente do Brasil passa uma mensagem importante para o mundo, ao lembrar que a obrigação de preservação e a responsabilidade pela destruição devem ser compartidas, mas não deve-se esquecer que deve liderar com exemplo. Até agora não tenho razão nenhuma para acreditar que o Brasil irá comprometerse na meta proposta, pois o governo atual não tem poder de palavra. Cumpre só o que parece ser conveniente, conveniente à sua candidatura, para manter o roubo político, o estado de absoluto caos, em que a maioria dos países do continente latino-americano vivem.

Por isso, aconselho àqueles que estejam por aí ouvindo essa mensagem a que sejam bem cautos em alabar ou criticar as palavras do presidente brasileiro e seu governo. E para não dizerem que sou contra o governo atual e a favor do anterior, a mensagem continuará a mesma independente do resultado das eleições em 2010, 2014, etc.

Nosso planeta merece mais comprometimento das nações, das empresas, de todos nós. O aquecimento global é um assunto sério. Agora não é a hora de comprovar ou não teorias, achar culpados, é hora de corregir ações que já sabemos contribuem para a poluição. Precisamos elevar nossa qualidade de vida, já possuimos tecnologia e conhecimento para isso.

Especial: O blog será atualizado com notícias e opinião sobre a presença dos países latino-americanos na Conferência sobre o Clima realizado pela ONU em Copenhagen.

UPDATE 11.278.09: O comentário de Lula aparentemente não foi divulgado pela mídia brasileira, com exceção do artigo "Gringos terão que bancar preservação da Amazônia, diz Lula" publicado no Terra Notícias Online.

Fonte: The New York Times, The Associated Press e foto da BBC Brasil.

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Wednesday, November 25, 2009

A day to say "thanks", my thoughts on Thanksgiving

Um dia para dizer "obrigado", reflexões sobre o Dia de Ação de Graças e seu significado

Para quem não sabe, nesta quinta-feira dia 26 de novembro se celebrará o Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. Um dia qualquer na maior parte do mundo, mas não assim para os americanos que vêem esse dia como um dos mais importantes do ano.

É um dia simbólico na cultura americana e como um bom feriado não falta, é claro, muita comida, principalmente o amigo Turkey, as famosas tortas de maçã e apple ciders. O dia é festivo. Tanto que em Nova York costuma-se celebrar o Thanksgiving com a parada feita por uma das lojas mais famosas no mundo, a Macy's. Mas tirando essa celebração, onde milhares de pessoas, principalmente crianças, acordam cedo e enfrentam o frio típico da época inundando as ruas da cidade para ver o desfile, as ruas ficam desertas, os negócios fechados. É como o nosso Natal, assim é o Thanksgiving americano.

[Aliás, por falar nisso, estou postando as fotos do evento, o primeiro que assisto nos meus quase 10 anos de América. Foi legal porque pude assistir VIP pois enquanto todos estavam na rua, estava bem aquecida e tranquila com meus amigos assitindo tudo do conforto de um edíficio de luxo na frente à avenida!]



Aparentemente os únicos que não aderem à celebração são, como sempre, os imigrantes, e também os famosos delis, mercadinhos locais, os únicos lugares comerciais que se encontram abertos no feriado. Para nós imigrantes é difícil a identificação com o feriado.

Quis entender, participar e por isso com o passar dos anos me uni a outros americanos na celebração. Mesmo assim não podia sentir de perto o significado desse dia. Os anos foram passando, no entanto, e comecei a perceber o real valor do dia ao entender que a grande moral é dizer, simplesmente, "obrigado"! É que ao dar as graças pelo que se tem, sem ter aquela cobrança típica de época natalina, que a gente aprende a realmente dar valor à esta data.

Não sei se faz sentido ou não, mas é raro que nós, como seres humanos que somos, estejamos satisfeitos com o que temos. Sempre queremos mais, é uma insatisfação que bem pode ser sadia pois alimenta nosso desejo de superação que geralmente traz progresso, ou bem pode ser negativa, lenvando-nos à depressão, o grande mal deste século.

Pense bem, dedicar um dia inteiro somente a se sentir grato pelo que se tem, é uma maneira de viver o momento, de estar E ser feliz com a vida.

É verdade que vários cometem suicídio em um feriado como este. Assim como no Natal e Ano Novo, várias pessoas encontram mais um motivo para estarem tristes seja por se sentirem sós, seja por não poderem evitar a infelicidade. Mas o Dia de Ações de Graças é a data perfeita para a celebração da vida. Pra mim, esse dia é sinônimo de felicidade, verdadeira paz, pois não há obrigação de agradar, somente o desejo de estar grato.

Esse sentimento de gratitude é muito poderoso e positivo. Os americanos, talvez por sua origem na maior parte evangélica, tem uma relação diferente com o dinheiro. Há extremos. Há o excesso de consumismo, o afã de chegar no topo custe o que custar, mas também há o outro lado. A sensação que a prosperidade é parte essencial do ser humano, sem aquele sentimento de culpa que nós latino-americanos bem conhecemos.

Por isso nesta data, quero somente dizer "obrigado" por tudo que tenho de bom, por ter saúde, meus pais vivos, um emprego, um lugar agradável onde morar, ter podido chegar onde cheguei, apesar de todas as dificuldades encontradas no caminho. Há motivos de sobra para estar de mal com a vida mas esse dia nos faz lembrar que há também motivos de sobra para não estar.

Termino de escrever este texto no dia posterior ao dia de ação de graças, o Black Friday. Pena que após um dia tão especial, siga-se um tão comercial, enfim, nada é 100% perfeito.

Logo vem o Natal para lembrar-nos que TEMOS QUE comprar presentes, TEMOS QUE estar com a familia, e para essa ocasião nada melhor do que lembrar de fazer comprar na Macy's... não é a toa que ano trás ano, são eles os responsáveis pela Thanksgiving Parade, que não por acaso acaba sempre com o desfile do Papai Noel carregando um saco de presentes. Fazer o quê, né?

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Monday, November 16, 2009

Campaign: Say NO to censorship in Brazil

Campanha: Diga não à censura no Brasil

Neste fim-de-semana fiquei sabendo de mais um ato de censura no Brasil.
Por isso, decidi iniciar a campanha online: Diga não à censura no Brasil.

A intenção é coletar o máximo de assinaturas possivéis e enviá-las ao nosso governo e organizações internacionais, como o Comitê de Proteção à Jornalistas.

Vemos no Brasil um aumento nos casos de censura, uma verdadeira ameaça não só à imprensa, mas à nossa democracia. O que todos estes casos tem em comúm, é que se encontram sob censura após reportarem sobre alguém no governo que é investigado por denúncias de corrupção.

Na maioria dos casos o ataque, ou processo, é feito contra jornalistas independentes, através de seus blogs, mas também existe o caso, no caso, nada insignificante, da censura feita ao jornal o "Estado de São Paulo", já comentado nesse blog em várias ocasiões.

Pois bem, este novo ato de censura é, mais uma vez, significativo. Desta vez, trata-se do blog "Prosa e Política", da jornalista Adriana Vandoni. Este foi processado após divulgar informação disponível públicamente, ou seja, nem sequer, foi por interferir em investigação vigente sobre pessoa política, que 'sofre' acusações de corrupção.

Outros blogs como "A Nova Corja" foram obrigados a sair do ar devido à semelhantes processos, onde a intenção é intimidar e assustar. Assim como no caso do Estadão, a Nova Corja, e o caso recente do blog de Adriana, a jornalista Alcinéia Cavalcante através de seu blog, viu como principal meio de ataque altíssimas multas, que provêm (irônicamente) daquela entidade que se supõe deveria defender os direitos de seus cidadãos: a Justiça brasileira!

Alcinéia diz dever mais de R$2 milhões em processo levantado pelo atual presidente do Senado (é, ele mesmo, o próprio, "Excelentíssimo Imortal" Sarney) e um dos jornais mais bem estabelecidos do país, o Estadão, recebeu censura, ou seja foi proibido, de divulgar informações sob o risco de ter que pagar uma multa de mais de R$150 mil no caso onde (nada mais, nada menos) o jornal reportava a investigação pela qual o filho de Sarney encontra-se envolvido.

O caso do blog "A Nova Corja", não é diferente. Mas o que difere é que o processo foi em parte levantado por jornalistas. Acreditem, se quiser! Por isso há muitos que dizem defender certas formas de censura. Como se censura fosse algo que pudesse ser, de alguma forma, aceitável. Alguns, reclamam, sem nenhum tipo de lógica, que processos são justificados, por protegerem contra difamação. Esquecem-se, porém, que figura pública, não possue os mesmos direitos de simples cidadãos.

Políticos, devem satisfação, assim como os jornalistas, à nós, o público, a quem servem. Por isso, tais processos onde usam a excusa de difamação são, na minha visão, incabivéis.

Enfim, todos esses casos e outros ainda por se revelar, demostram o retrocesso que nosso país vem sofrendo em termos democráticos. Em um país onde jornais e blogs são punidos deste jeito, não nos resta mais do que nos unir e apoiar nossa imprensa (ainda que imperfeita) em defender nossos direitos de livre expressão e uma imprensa livre, claramente descritos na constituição.

De outra forma, iremos continuar vendo casos como esse, não teremos conhecimento do que os políticos fazem com nosso dinheiro e, principalmente, não teremos chance nenhuma como cidadãos comúns que somos de nos expressar abertamente em nossa sociedade.

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Sunday, November 15, 2009

"The Foreigner" in Brazil: when reality meets art

"O Estrangeiro" no Brasil: quando realidade e arte se encontram

Com motivo da celebração do ano da França no Brasil, o espetáculo "O Estrangeiro" dos brasileiros Otávio e Gustavo Pandolfo, mais conhecidos como "Os gêmeos", e o grupo francês "Plasticiens Volants", presenteou nos dias 12 e 13 de novembro a cidade de São Paulo com arte.

Foto: Alexandre Urch

O boneco gigante, o estrangeiro, revela o que é ser humano no mundo. Impulsionado por marionetes, este aprende a andar com elas e em seu caminho vai se deparando com outras figuras, uma mosca, uma serpente e um pássaro, que vão lhe ensinando a viver a vida: como ser independente, lidar com o perigo e, finalmente, a alçar vôo.

Impressionante as impressões dos que assistiram o show, que dizem sentir-se transportados a uma outra realidade. É que, apesar do show ser uma representação da situação humana, o show também surpreende ao mostrar o encontro da arte se com a realidade, transformando-a.

Leiam o post e vídeo feito por um brasileiro que foi visitar o show aqui.

Termino este post com este vídeo sobre os artistas. E atenção: o vídeo foi feito em holandês, mas não há necessidade de tradução.

A linguagem da arte é universal!



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Saturday, November 14, 2009

Opinion of the Week: "Brazil takes off" - Special Report, from The Economist magazine.

Opinião da Semana: "Brasil decola" - Reporte Special da revista "The Economist".

Então, li o famoso artigo na revista "The Economist" e também vi as 14 páginas da reportagem sobre nosso querido Brasil, que na opinião deles é maior história de sucesso na América Latina.

Vou ser sincera, não li tudo ainda, mas o suficiente. Como já faz dois dias que não escrevo no blog, sinto a necessidade de escrever sobre o assunto. Por isso, ainda que incompleta, esta análise pretende somente ser o começo de minha resposta sobre o artigo.

Começo repetindo alguns dos comentários que deixei no Twitter após ler a versão online do artigo. Para os que ainda não leram o artigo, aqui está o link da história tirado direto da fonte. Vale a pena ler o original em inglês, os comentários são priceless!

[Falando em preço... acho um absurdo o preço da revista no Brasil. R$24.90? Really? Esse não é o valor de um livro no Brasil? Aqui a mesma custa apenas $6.99. Para ver os dois artigos publicados em português sobre a matéria da revista americana, clique aqui e aqui]

Enfim, voltando às minhas primeiras impressões do artigo. Bem feito, este artigo não se assemelha a muitos que vejo por aí (escritos pela própria revista) sobre a América Latina que são clueless, ou seja, não tem noção. O artigo realmente faz justiça à reputação da revista. No entanto, há muitas coisas alí que são questionáveis.

Por exemplo, a revista diz:
"And, in some ways, Brazil outclasses the other BRICs. Unlike China, it is a democracy. Unlike India, it has no insurgents, no ethnic and religious conflicts nor hostile neighbours. Unlike Russia, it exports more than oil and arms, and treats foreign investors with respect. Under the presidency of Luiz Inácio Lula da Silva, a former trade-union leader born in poverty, its government has moved to reduce the searing inequalities that have long disfigured it. Indeed, when it comes to smart social policy and boosting consumption at home, the developing world has much more to learn from Brazil than from China."
Vejo alguns problemas aí. A revista diz nele que o Brasil em algumas maneiras supera os outros países que compõem o BRIC. Em muitos aspectos tem razão. Mas onde vejo grandes pontos de interrogação é quando afirmam que somos uma democracia, que tratamos os investidores com respeito e quando elogia nosso atual política social.

Primeiro, claro que somos democracia, e não comunismo, como na China, no sentido técnico da palavra. Mas não sei, não. Não fica muito claro pra mim como pode o Brasil ser um país democrático se nele há tanta desigualdade e injustiça, mantida através da manipulação e roubo constante de seus governantes e elite dominante que apóia a censura e manipula os votos com projetos sociais. Mas, enfim, deixemos para discutir esse assunto mais tarde.

Continuando, o segundo ponto, é que dizem que o Brasil trata os investidores com respeito e elogiam a smart, esperta, política social. A revista reconhece em outro parágrafo de seu artigo que há muitos problemas no Brasil, principalmente com corrupção. Li a conclusão do reporte, e lá a revista se justifica dizendo que não fala mais sobre esse assunto pois afinal é uma revista de economia. Tem razão, não tem obrigação de tocar no assunto. Porém...

De fato, a revista não é sobre política, nem deve ser, e não é que eles ignorem na sua reportagem o lado político, mas que subestimam grandemente a questão. E com isso, a capacidade de nosso povo em dar a volta por cima. "Huh? Do que você está falando?", vocês devem estar se perguntando. Logo mais vou tentar explicar a relação, mas por enquanto quero voltar ao que a revista diz no parágrafo acima.

A revista, como mais um meio de comunicação, usa de sua reputação e prestígio, mesmo que muitas vezes desmerecido, para promover ideias. A economia não é assunto qualquer. É assunto díficil, complexo e não é pra qualquer um. Mas tomar decisões econômicamente acertadas em um país mudam o destino das pessoas. É de interesse de todos.

Por isso, o The Economist, não perde a oportunidade para incluir no meio de sua séria e excelente análise, frases como essas que são duvidosas. Sim, porque apesar de ser verdade, é uma verdade mascarada de intenções não tão óbvias para a maioria que as lê. Quando diz que o Brasil trata os investidores com respeito, é também uma forma de reforçar os forecasts que eles e outras agências de rating já fazem. Assim, se trata de uma self-fulfilling prophecy. Não é uma profecia que se cumpre por casualidade mas por causalidade.

É muito conveniente para eles demostrar entusiasmo com o fato que o Brasil tem os braços abertos aos investidores estrangeiros. Claro. Não sou contra o investimento estrangeiro, e confesso que pouco sei sobre os efeitos de uma ou otra política econômica. Nunca tomei sequer uma aula de economia, mas basta-me ler notícias sobre a situação econômica das empresas nos EUA diariamente e ver o colapso causado pelo abuso das mesmas sobre o governo para sentir muito medo dessa relação, que parece-me mais ser um romance, entre o Brasil e os EUA.

Claro que os inverstidores estrangeiros e o governo do Brasil facilita o cortejo, a paquera. Existem múltiplos benefícios; a maioria deles, econômicos. E se alguém se pergunta de onde veio tanto "interesse", para "influenciar" o Comitê Olimpico e a opinião mídiatica internacional vista recentemente na propagação de notícias sobre o sucesso brasileiro, não é díficil imaginar de onde, né? O Brasil segue sendo o mesmo que sempre foi, só que agora ele é financeiramente atrativo.

Não são só as empresas e empresários estrangeiros e investidores que estão faturando a mil no Brasil. A smart policy, ou política esperta, aliás, espertíssima, de nosso governo atual, que se diz de esquerda, é realmente de se louvar. Conseguiu melhorar a reputação do país dentro do país e fora dele pois ao tirar indivíduos da extrema pobreza, ele também conseguiu elevar o nível de "classe média", uma grande massa de individuos que vivia na pobreza. Agora, estes vivem, não na pobreza, mas na ilusão de uma vida melhor. O poder de crédito que estes recebem e a grande capacidade de enriquecer não somente os bancos, mas as indústrias de consumo são realmente motivos para qualquer economista elogiar. É realmente uma "benção".

Realmente não há nada de errado nisso. Afinal, se a economia se fortalece com o consumo, supostamente, também se fortalece nossa situação individual. No entanto, a própria revista, em seu reporte especial faz menção às semelhanças entre o Brasil e os EUA. Sob o aspecto consumista, estamos à caminho da prosperidade. Mas como o Brasil parece ter essa atitude de irmão menor acomplexado pelo sucesso do irmão mais velho, ele tenta seguir os mesmos passos deste. Só que debochando, buscando se dar bem, fazendo as coisas diferentes, e no fundo, no fundo, se desvaloriza, esquece-se de suas próprias qualidades e peca por valorizar exatamente o que há de pior na atitude de seu irmão maior.

É. O artigo traz algumas pérolas. Entre as melhores, a que a vitória do governo atual provêm do anterior e o elogio ao governo atual por manter o sistema econômico criado anteriormante. Mas assim também, como essa e muitas outras excelentes análises sobre nosso país, o artigo demostra, uma e outra vez, que o que mais teme é que o Brasil alce vôo. É por isso que não trata das questões negativas com a seriedade que deveria. A verdade é que o Brasil tem potencial, sempre teve, de ocupar o lugar americano no mundo. Claro, que não o fará tão logo e não do jeito que vamos ao querer copiar atitudes americanas. Afinal, nada vejo nada louvável em imitar o papel mais tirânico do imperialismo moderno.

Não é à toa, nem é errado dizer, que o maior desafio para o Brasil é a prepotência. Afinal, esse foi o caminho tomado pelos EUA. É esse o caminho do governo atual à seus próprios cidadãos. Como dizem pela América Latina, se les subio el humo a la cabeza. Ou seja, estão se achando. Sim, esse é um "perigo" sim. Já que somos conhecidíssimos pela tolerância e simpatia de nosso povo. Tolerância que às vezes é até demais, pois continuamente deixamos pra lá coisas que não deveríamos, em nove de viver uma vida 'tranquila'. Pena que não concorde com que esse seja o maior desafio. Pra mim, o motivo real pelo qual a revista astutamente aponta esse como maior risco é por que teme o avanço real do Brasil.

A revista sabe bem que o Brasil é um grande tesouro, assim como pedra preciosa, que nunca foi polida, nosso país, é fonte inimaginável de riquezas. Eles mesmo dizem isso ao mencionar nossa criatividade e estão tranquilos, pois pensam que no Brasil não teremos mais uma segunda 'Embraer', ou que não sejamos capazes de criar 'Harvards', ou uma empresa que chegue aos pés da gigante Google. Se arriscam a fazer tal previsão porque evitam falar sobre o problema principal, que é a causa de nosso atraso.

Volto, uma e outra vez, a pensar, que a revista errou. Falhou mesmo em não discutir com mais detalhe os grandes problemas que existem no nosso país. Nem sequer se deram o trabalho de descrever os desafios, simplesmente mencionaram uns poucos, dentre eles o problema da corrupção, da educação e de nosso sistema juridico, por exemplo.

Concordo que realmente não pertence à análise, e nem é assunto da revista, mas em perspectiva, faria muito mais sentido não ignorar tais problemas. Mas claro, isso não é conveniente nem pra eles, nem para o Brasil. Ao invés, falam sobre ilusões. Dizem:
"The country has established some strong political institutions. A free and vigorous press uncovers corruption—though there is plenty of it, and it mostly goes unpunished."
Eu não entendo a qual forte instituições políticas eles se referem: a do governo atual, aquela que apóia os Collors, Sarneys, e milhares de outros sangue-suga da vida? A impressa é livre? Como assim? E o caso do jornal O Estado de São Paulo e os de vários blogs de respeito, como A Nova Corja, que se vem obrigados a ficar calados quando procuram revelar casos de corrupção. Parece-me que isso é censura. Um sistema político forte? Faça-me o favor...

Essa é minha grande crítica ao artigo. Vale a pena ressaltar que o reporte contém uma análise profunda, com contribuições valiosas de diversos especialistas de respeito no Brasil e no mundo. Mesmo assim, creio que, ao erroneamente reportar e ignorar os graves problemas encontrados, principalmente nas instituições políticias e na falta de uma imprensa livre, isso desvaloriza em parte a matéria.

Sem uma análise que leve mais em consideração esses aspectos, onde números e estatísticas, e história, seja tão importantes quanto questões humanas, os economistas aumentam ainda mais suas chances de erro ao retratar o presente e possível futuro de nosso país.

Talvez por refletir uma verdade conveniente, talvez pelo pensamento equivocado que o lado social não vá influenciar os investimentos, ou talvez ainda, pelo temor, que estes venham a influnciar demais, é que a revista ignora estas importantes questões. Pois afinal, foi através da indiferença aos problemas sérios que vemos hoje nos EUA a grave crise econômica.

Mais ainda é cedo. Não terminei ainda de ler todas as 14 página e como disse anteriormente, pouco sei sobre macro ou micro-economia. É por isso que me dispus a começar o dialógo.

Pretendo escrever um artigo em inglês com o lado político do Brasil e enviar à revista. Nesse aí, o Brasil provavelmente decola, mas corre o risco de explodir logo após o lançamento.


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Thursday, November 12, 2009

Chavez likes it 'dirty', in Venezuela and Latin America

Chávez e a sujeira na Venezuela e América Latina.

O presidente venezuelando, Hugo Chávez, grande conhecido meu (brincadeira, é claro), parece sempre ter soluções 'infáliveis' pra tudo.

No artigo do dia 10 de novembro, o New York Times descreve a grave crise energética que vive a Venezuela, mesmo quando o país possui um dos sistemas hidroelétricos mais potentes do mundo e é um dos mais ricos em energia no mundo (que ironia, não é?!).

Cheio de conselhos e palpites, sugestões não faltam para este 'líder' que diz saber o que é melhor não só para seu país, mas para o continente e, até, o mundo inteiro.

Então, a solução para o problema de energia na Venezuela, segundo Chávez, é o racionamento de energia, "el ahorro", ou seja, a economia. (Ok.) Mas, Chávez propõe banhos de até 3 minutos aos venezuelanos, e garante conseguir fazê-lo em até 2. Diz que não por isso fede. Really?



O presidente pelo visto gosta mesmo é de sujeira. E eu que achava que só a linguagem dele era suja..... é, pelo visto, é bem literal mesmo. Não só ele que quer feder mas que toda a Venezuela também. Tudo em nome do "racionamento" de água e eletricidade.

[Vejam aqui outro vídeo onde ele fala que não precisa esperar a água esquentar no chuveiro e questiona "mas que comunismo é esse?", ao referir-se aos 'jaccuzis', ou seja, banhos de banheira.]

Olha, vocês chavistas que me perdoem mas acredito que nenhum venezuelano, ou latino-americano, merece tanto descaso com a higiene moral e física. Sujeira na política nacional e internacional já não são mais do que suficientes?

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Wednesday, November 11, 2009

Favela Rising: fighting violence the Brazilian way.

"Favela Raising": lutando contra a violência a la brasileira .

O jornal inglês "Times" escolheu entre os 100 melhores filmes da década, dois do talentoso diretor brasileiro Fernando Meirelles. Um deles, sobre a favela Cidade de Deus, no Rio de Janeiro.

Leia meu post sobre a notícia aqui e o artigo da Folha de S. Paulo aqui.

Na lista, no entanto, não vemos o filme "Favela Rising", dirigido pelos americanos Jeff Zimbalist and Matt Mochary. Mas é exatamente esse tipo de filme que deveria estar. Ganhador de 36 prêmios, entre eles o de Filme do Ano pela Associação Internacional de Documentários e o de melhor direção no Tribeca Film Festival, este documentário-filme merece destaque.


Favela Rising Trailer from FIGHTINGHAPPY on Vimeo.

O filme que retrata a vida de Anderson Sá, é mais do que uma história de coragem e sucesso pessoal. O movimento que Anderson ajudou a criar surgiu como uma solução da comunidade cansada com a violência e a 'guerra' em uma das favelas mais pobres e violentas do Brasil.

Através da difusão do movimento musical, AfroReggae, a comunidade da favela do Vigário Geral, que foi testemunha de um dos massacres mais horrivéis jamais vistos no Brasil, agora também é sinônimo de inspiração para milhares de outras favelas no Rio de Janeiro.

Madonna, que atualmente está visitando o Brasil e que parece ter intenção de criar uma ONG nas favelas do Rio, tentando repetir o sucesso conseguido no Malawi, aparentemente se interessou no assunto ao assistir o aclamado documentário.

Agora falta o filme despertar o interesse devido no Brasil, se espalhando não só pelas favelas do Rio, mas por todo o país. Organizações criadas pela comunidade, com soluções criativas e artísticas é exatamente o que mais precisamos no Brasil.

Falta também divulgar mais essa imagem do Brasil no exterior. Acredito que o papel do filme "Cidade de Deus" em denunciar e difundir a personalidade do Brasil pelo mundo, foi absolutamente fantástica. Genial, mesmo. Porém, o que falta na imagem do Brasil é a enfâsis no que temos de melhor: a criatividade e a garra do povo brasileiro.

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Tuesday, November 10, 2009

"Flagra": Blackout brings to light problems in Brazil.

"Flagra": Apagão traz à luz os problemas no Brasil.

Rita Lee já dizia na sua canção "Flagra":
No escurinho do cinema
Chupando drops de anis
longe de qualquer problema
perto de um FINAL FELIZ


(...) Mas de repente o filme pifou
e a turma todo logo vaiou
Acenderam as luzes, 'cruzes'!
Que flagra! Que flagra! Que flagra!
O flagra aqui é que milhares de pessoas no Brasil ficaram na escuridão, mais uma vez. Com isso fica claro que o país deve enfrentar, de uma vez por todas, os grandes obstáculos que diz estar superando.

Não é mais possível que notícias como essa passem desapercebidas pelo mundo a fora. O New York Times exibe na primeira página de sua versão online o blackout no Brasil. Para ler clique aqui.

Update: O jornal Estadão descreve a repercussão mundial. Leia aqui.

Foto: Felipe Dana/Associated Pres

O irônico da situação é que ela traz à luz os problemas que há muito o Brasil vem sofrendo. A escuridão dessa vez serve para iluminar. A questão da infra-estrutura no Brasil não pode mais ser tomado de forma leviana. Afinal, somos o país da Copa (2014) e das Olimpíadas (2016).

O problema vem à tona toda vez que chove, chova muito ou pouco. Se chove muito, as enchentes acabam com o trânsito já caótico das grandes cidades, destruindo estradas, causando estragos. Se chove pouco, falta água para gerar energia suficiente. O problema vem à tona toda vez que algo acontece, seja qual for o motivo.

Mais o real problema no Brasil é o deixar os problemas para amanhã. É o ignorar tudo que tem que ser resolvido no agora. Daí, o flagra no Brasil! Espera-se o estrago acontecer primeiro pra ver se vão ainda pensar em fazer algo ao respeito.

O filme que querem passar para o mundo agora, para os brasileiros que vivem no "escurinho do cinema", escondidos na escuridão cômoda da fantasia, adormecidos na ilusão, é a de um 'Brasil Inventado', aquele que avança, rumo ao primeiro mundo, e como a canção de Rita bem diz, que vive longe dos problemas, perto de um final feliz.

Mas quando o filme pifa e as luzes são acesas, ou no caso, apagadas, descobrimos realmente quem é quem. E aí, aí, realmente só nos resta dizer "Que flagra! Que flagra! Que flagra!"

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Monday, November 9, 2009

"City of God" is one of the best films of the decade!

"Cidade de Deus" entre os 100 melhores filmes da década!


Há alguns dias atrás, ouvi a história de uma polonesa que decidira estudar o idioma português na faculdade e viajar ao Brasil, após assistir o filme "Cidade de Deus". A entrevista, em formato de podcast foi feita pela revista Piauí, a mesma que apresentava pela primeira vez a saga vivida pelo americano David Goldman que luta até hoje por resgatar seu filho sequestrado no Brasil.

Como eu sempre gostei de ouvir estrangeiros falando português, achei o máximo a entrevista. É realmente admirável o esforço que eles fazem. Aprender um novo idioma, já não é fácil, muito menos o nosso, cheio de 'excentricidades' e de cultura tão diversa. A polonesa, que tinha certo sotaque, aprendera nossa língua em Portugal. Mas ela narrava sua experiência no Brasil, com uma energia, uma paixão, que era típica de brasileiro. Realmente fascinante isso. E tudo por causa de um filme!!!

A cultura se difunde pelo mundo através dos meios de comunicação. Um dos meios mais populares é com certeza o cinema. O poder e impacto deles na sociedade não é algo que possamos subestimar, mesmo que não sejamos admiradores de Hollywood. O impacto da cultura americana no mundo se deve, em grande parte, à promoção de seus filmes e produtos através da imagem que passam para o mundo.

É com isso em mente, que decidi destacar esta notícia no post de hoje. O destaque e a repercussão do filme "City of God" pelo mundo, merece reconhecimento. Me lembro que na época que assisti o filme, aqui nos EUA, muitos saíram antes da sala de cinema. Claro, que eram na maioria idosos, e sua atitude é compreensível já que algumas cenas do filme são chocantes. Mas a reação geral, especialmente dos jovens, foi bem diferente, eles ficaram loucos pelo nosso país, queriam saber mais sobre ele, o Rio de Janeiro e as favelas. Logo, a favela, se tornou símbolo e virou até referencial turístico.

Vender excursões pelos morros virou moda. Leiam reportagem sobre o documentário "Para inglês ver" que fala desse fenômeno aqui.

Mas será que essa é mesmo a imagem que queremos passar do Brasil para o mundo? Vale destacar que dentro da mesma lista que põe o "Cidade de Deus" em lugar 66, é destacado o filme "O Jardineiro Fiel" do mesmo diretor, Fernando Meirelles, em lugar 52.



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Sunday, November 8, 2009

An Education, a good Education.

Uma Educação, uma boa Educação.

O outro dia vi um filme britânico chamado An Education baseado na autobiografia de uma jornalista inglesa. O filme me fez pensar em várias coisas, quero dizer, relembrar várias coisas, erros que a gente comete quando ainda não sabe bem diferenciar o 'vilão' do 'mocinho'.

Básicamente, se trata da história de uma garota que se torna mulher em uma época e sociedade onde as mulheres não tinham tantas opções como agora. Mas como um bom filme, ele toca vários temas que transcendem o papel da mulher e da educação na sociedade.



Lembrei-me dele agora quando pensava na repercussão que deu a história da jovem brasileira que, por usar vestido curto, foi vilmente agredida com palavras e atos impróprios de uma instituição educacional. E que agora, além do assédio, sofrera também a expulsão da instituição de "ensino superior" a qual frequentava.

Ao ver tamanha falta de senso comúm, tamanha covardia, hipocresia, primitivismo e pseudo-moralismo, sinto a necessidade de falar sobre o problema 'tabú' Nº 1 no Brasil, a educação. Aquela que vem de casa e que se extende pela sociedade e prossegue-se na escola.

É sobre essa educação que gostaria de tratar neste post. Assim como no filme, onde o pai da mocinha, insiste para que a filha estude, e faça de tudo para ir à Oxford, na minha vida, meu pai sempre me ensinou que a educação era tudo na vida.

Infelizmente no Brasil, onde estudei até a 5ª série, a escola pública no bairro onde morava geralmente só funcionava três meses ao ano devido às greves, e por esta razão a qualidade de ensino, dos professores, dos livros, era tão baixa que meu pai fazia enorme sacrificio pagando mensalidades exorbitantes (quase todo seu salário ia nisso) porque acreditava no poder da educação.

No entanto, a educação real, aquela que rege a minha vida, essa começou de casa. Não só com o pedido de meus pais, para que me esforçasse ao máximo nos estudos, mas com as lições de vida que meu pai me dava nos poucos momentos compartidos com ele (já que trabalhava bastante). Assim como no filme, a falta de dinheiro era uma questão óbvia e de preocupação constante para ele.

Mas não foi só meu pai. Nem tampouco minha mãe, responsável por me supervisionar nos estudos. Mas foi também a sociedade a que foi me moldando. Sempre me lembro das vozes das pessoas na comunidade denunciando o racismo, promovendo a integração e o respeito aos mais velhos, aos que eram diferentes. Essas pessoas foram meu exemplo e o exemplo de muitos outros da minha geração. Me refiro ao motorista de nosso ônibus escolar, a moça que trabalha nele, a professora de balê, o padeiro, o moço da banca de jornal, a vizinha, e por aí vai. Talvez eu tenha sido muito sortuda nisso, pois encontrei pessoas maravilhosas que foram moldando meu caráter.

Meus professores foram apenas a continuação de uma base forte. Minha escola, apesar de excelente, fora apenas um meio. Nela aprendi o poder do pensamento livre, do questionar. De novo, não sei se foi mera sorte mais meus professores, a grande maioria deles, me ensinou a ver além da homofobia, além da religiosidade, além do fanatismo, e principalmente, além das máscaras.

Mas claro nem tudo fora perfeito. Assim como no filme, haviam problemas naquela estrutura. Mas minha educação, essa que mencionava acima, já fora ganha em casa, na comunidade, na escola.

Acredito que essa moça que sofreu assédio tivesse o mesmo desejo que um dia tive. Ela queria ter uma educação. Ela acreditou no valor da educação. Ela tentou se superar, crescer na vida, e como qualquer ser humano, queria ser melhor. Talvez ela não tenha tido muita educação, talvez tenha realmente errado (mesmo que ache que não) ao escolher um estilo de vestido "tão curto", que não cabia em sala-de-aula. Mas seja qual for sua posição, ela acreditava que seguir estudando era o caminho.

Assim também foi com essa jornalista, a retratada no filme, e comigo, achavámos que a educação iria resolver tudo, até que percebemos que na vida nem sempre é assim. O filme é realmente interessante porque te leva a pensar na realidade da vida. Na vida do dia-a-dia, onde uma boa educação vale pouco ou nada. O que vale é o nome dela, os contatos, a politicagem, o quem te indique, a esperteza, o jeitinho... até mesmo na Inglaterra, acredite se quiser.

Esta estudante de turismo que foi assediada, no entanto, não imaginaria nunca como sua vida iria mudar após entrar na universidade com aquele vestido. Ela disse que no dia que o assédio aconteceu não tinha contado nada ao pai por vergonha, que não queria que ele pensasse mal dela. Eu entendo seu temor, provavelmente ainda tivera um daqueles pais que se preocupa demais com sua imagem, ou, que provavelmente fez/faz de tudo pela educação dessa moça.

A importância de uma educação, de uma boa educação, é o que ela te ensina. Infelizmente nossa educação no Brasil é mediocre e mesquinha. Não é muito diferente daquela retratada em certas escolas americanas, em um país onde supostamente estão as melhores universidades do mundo. [Para ver um história emocionante sobre a educação nos EUA, recomendo que assistam um dos meus filmes favoritos, o Freedom Writers, baseado em uma história real]

O que aconteceu com essa moça brasileira é um reflexo da sociedade em geral que valoriza o material, os valores equivocados. O atual presidente do nosso país tem razão em debochar tal educação. Essa que se dá nas Unibans da vida. O problema é que ele confunde a boa educação com a má educação. O valor de uma educação como a que eu tive, e a que muitos tem, formada em casa e moldada com a atitude não só de gente muito bem relacionada, mas gente humilde que valoriza o bem e ensina com atitudes, é o que falta no nosso país.

É isso que faltou no exemplo da Uniban. Nosso querido artista Caetano Veloso, tem, e muita, razão em criticar a postura de nosso presidente e em apoiar uma mulher como Marina, que zela por essa boa educação. Isso não é ofensa a ninguém que não saiba ler ou escrever, muito menos, ao que mal saiba ler no Brasil. É uma crítica dura e certeira à um presidente, e a um sistema, que alimenta a falta de bom senso, e falta de uma boa educação.

No filme a mocinha percebe que apesar da esperteza e da viveza, do mundo fácil de certos alguns que rejeitam uma boa educação, a vida não é tudo mil e uma maravilhas. Ela acorda com a experiência e volta ao caminho certo. Assim espero que aconteça com essa garota. Afinal, a vida irá tentá-la no caminho fácil da fama, assim como o fez com nosso presidente.

Cabe a ela, e a sociedade, apóia-la e demostrar qual é o caminho certo. Espero que este terrível e vergonhoso episódio para a sociedade brasileira, sirva para encerrar de forma definitiva lugares de pseudo-ensino como esse, onde a moça frenquentava, onde se preza a má educação.

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Announcement: Journalism in the Americas and Online Project against Repression on the Internet

JORNALISMO NAS AMERICAS

Projeto online rastreia repressão contra blogueiros ao redor do mundo

A comunidade internacional de blogs, Global Voices, lançou o “Threatened Voices” (Vozes Ameaçadas, numa tradução livre), um site que traça a repressão da expressão na internet. A página centraliza informações de uma série de redes de defesa da liberdade de expressão com mapas e linhas de tempo com ameaças, prisões, e violência por causa do discurso na web.

A maioria dos casos é da China e do Oriente Médio, mas há diversos exemjplos na América – em Cuba, Estados Unidos, Venezuela, Guatemala e Canadá, por exemplo.

O site foi construído com diversos recursos digitais disponíveis gratuitamente, como o Google Maps, Yahoo Pipes, Time Map e o MapIconMaker para localizar a informação sobre blogueiros ameaçados. (Veja esta nota sobre o uso do Google Maps para jornalistas.)

Para mais informações, veja a página do projeto e o anúncio em espanhol do Global Voices.

FONTE: The Knigh Center for Journalism in the Americas

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Saturday, November 7, 2009

Cuba Libre: When reality is stranger than fiction

Cuba Livre: Quando a realidade é pior do que a ficção.

Acabei de assistir o aclamado filme de Clint Eastwood, Gran Torino. Ouvi muito sobre o filme na época que fora premiado e decidi conferir, ainda mais, após ter visto um outro filme dele, o Changeling. Adoro filmes baseados em histórias reais.

Enfim, no fim do filme que assisti hoje, de ficção, minha amiga brasileira que o assistia comigo, chorou. Era triste, mas ela já me alertara que sempre chorava no fim de qualquer filme. Ao vê-la chorando, confesso, até me emocionei um pouco. O que é irônico, já que por quase todo o filme fiquei rindo do suspense e do estilo, o famoso
western, genêro de homem 'macho', típico de Eastwood.

Sim, gostei do filme. Mas não é isso que me fez escrever este post. Muito menos é o barulho que os vizinhos brasileiros (sim, há vários morando em NY!) fazem a essa hora da madrugada. O motivo é uma notícia que vi na sexta à noite
. Como tentava terminar meu post anterior, acabei não lendo naquela noite. Li o título e soube que se tratava de algo que merecia toda minha atenção, precisava ler com cuidado, já que se tratava do caso da blogueira cubana Yoani Sanchez, que supostamente teria sido detida nesse dia.

Li também o começo do artigo e com isso me tranquilizei. Lá dizia que ela fora brevemente detida. Então, resolvi deixar para ler tudo no dia seguinte. Ou seja, ontem, sábado. O dia todo transcorreu e finalmente só agora (na madrugada de domingo) enquanto minha amiga secava as lágrimas, e eu tentava conter a emoção de fim de filme, resolvi abrir meu laptop e checar o que havia de novo no meu companheiro de todas horas, o Twitter.

Nele li uma mensagem de Yoni. Ela dizia "
Me siento adolorida como una anciana con reuma. Sin embargo, el espiritu blogger intacto. Han respondido con violencia a las palabras." Fui aí que me liguei da gravidade do assunto. Violência??? '...Me responderam com violência às palavras', foi o que ela disse. Fiquei chocada. Decidi, finalmente ler a notícia que ficara alí o dia inteiro, ao parecer, esperando só o momento certo de me chamar à ela.

Minha amiga até então já tinha parado de derramar lágrimas pela obra de ficção. E eu já não pensava mais no filme. Contei a ela a história de Yoni e fiquei pensando na gravidade do assunto. Ao minha amiga ir embora puder ler finalmente o artigo, mas antes fui ao Twitter de Yoni e descobri que ela já escrevera sobre o acontecido em seu blog, O Geração Y.

Ao ler sua narrativa, tive a impressão de estar lá. De ter vivido o que viveu. Me imaginei na pele dela. Sendo pega em plena manifestação pacífica, contra a violência, e sendo vítima por nenhum outro "crime", senão o de tentar se expressar livremente. Não aguentei. Desabei. Eu, que quase nunca choro, chorei. Ainda ao escrever estas palavras me emociono. Não senti raiva, senti tristeza. Tristeza de ver coisas como essas acontecerem nos dias de hoje. De saber que estamos tão perto da repressão. Tão perto de perder nossa liberdade de expressão....

Me refiro não só à situação atual na América Latina. Me refiro também ao que aconteceu nos Estados Unidos da América há poucos anos atrás com a chegada de Bush ao poder. É tão frágil, tão incerto, nosso futuro. Tudo o que hoje possuímos ou achamos possuir, nossa liberdade, por exemplo, pode ser perdida em um piscar de olhos. Assim também foi no Chile na época em que Allende ganhara e Pinochet, logo após, tomara o poder à força.

Em momentos como este, não posso deixar de observar nem de refletir que a realidade é, muitas vezes, muito mais cruel do que a ficção. Que o sonho de Cuba Livre, não é questão isolada. Não se trata de um problema somente dos cubanos. Não. É nosso. Nossos irmãos cubanos são americanos, são latinos, e acima de tudo, são humanos.

Hoje é Cuba. Amanhã, talvez a Venezuela. E logo com ela, outros países na América Latina. Enquanto continuarmos a ignorar este problema, ele continuará a existir. Pois a indiferença à repressão, à violência, não fazem estes males desaparecerem. Ao contrário, os fazem multiplicar.

Desejo hoje oferecer minha prece a Yoni e a todos os blogueiros pela América e mundo afora. E este post em especial em dedicação a agressão sofrida por esta cubana que não desiste em ver Cuba livre. Ela é exemplo de coragem, exemplo de força. E exemplo para continuarmos na luta por um país melhor, um continente e mundo melhor.

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Friday, November 6, 2009

Mission: Impossible? The fight against corruption.

Missão Impossível? A luta contra a corrupção.

Assim como no filme Missão Impossível, no Brasil, e na maioria dos países da América Latina, a luta contra a corrupção, parece uma tarefa de alguns 'malucos' idealistas ou bem, digna de uma obra de filme de ação!

A cultura de roubo está tão infiltrada nas nossas vidas, que quando na política ouvimos sobre desvio de dinheiro público ninguém sequer se dá mais o trabalho de se indignar. Afinal, já é esperado. É uma profecia, onde todos se acham profetas.

Dizem: "Político honesto não existe. Sempre foi assim. E assim sempre será."

Bom, se formos analisar, até que esta crença tem algo de verdade. Políticos na América Latina e em qualquer lugar do mundo, se não forem pressionados, roubam mesmo. Qualquer pessoa, estando no poder, corre o risco de cair na tentação e se aproveitar da situação previlegiada que possui.

Nos EUA, por exemplo, não é diferente. Aqui existe o que se chama o lobby que nada mais é, dizem alguns, e com certa razão, uma forma de suborno. Não são raros os casos de corrupção envolvendo empresas e políticos neste país. Posso citar o caso das companhias de energia na Califórnia, mas para não me extender no assunto, irei citar o caso recente da prefeita da cidade de Baltimore, Sheila Dixon, em Maryland. Acusada de receber presentes e outras regalias em um caso de corrupção que durou anos na Justiça, ela somente foi indiciada este ano e apesar de ainda não ter sido afastada, parece que o será muito em breve.

É fato que em muitos estados americanos, corrupção é crime. Uma pessoa envolvida em caso de favoritismo, desvio de verba pública, etc. muitas vezes vai parar na cadeia. Mesmo assim os crimes de corrupção e as denúncias abundam. Não deixam de existir por isso, nem são tão fácilmente resolvidos, como no caso da prefeita de Batimore.

Então qual é a diferença? Se não existem políticos corretos nem nos EUA, nem no Japão (um país super sério) e até no Chile (ver governo de Ricardo Lagos, por exemplo), o nosso 'exemplo' da América Latina, para que queremos que justo no Brasil nossos políticos sejam 'limpos'? É o que muitos pensam. Mesmo que equivocadamente.

A missão impossível, no caso, o combate à corrupção, não é tarefa só para alguns, muito menos, de uma pessoa só! Nem tampouco, é trabalho fácil em nenhum lugar do mundo.

No filme quando o 'herói', Tom Cruise, tem que fazer coisas pra lá de fantasiosas para conseguir seu objetivos ele geralmente conta com a ajuda de seus colegas. No entanto, ele consegue superar tudo sozinho no final. Afinal, ele é o galã.

Não assim na vida real, onde não depende de uma pessoa só enfrentar tamanha missão. Não existe um ´Salvador da Pátria´, como muitos no Brasil costumavam achar. É impossível? Sim, muitas vezes, é. Mas se não fizermos nada, assim sempre será.




Tom Cruise, interpreta o galã no filme Mission: Impossible. "...And, you really think WE CAN DO this? WE ARE going to do it!"

Cabe a nós, a cada um de nós, a tarefa de fazer algo ao respeito. A imprensa e agora a comunicação através da Internet (via Twitter, Facebook, Nings, Blogs, Jornais Online etc.) tem como missão apontar as tarefas "impossivéis" que nós como sociedade como um todo temos a responsabilidade de resolver. Não basta só eleger um governo, votar consciente, etc. Tem que ter participação de todos.

Mas também só apontar os problemas, ficar denunciando isso ou aquilo sem apontar solução, não adianta. Temos que ser parte da solução para não fazermos mais parte do problema. Precisamos despertar em cada um de nós aquele 'herói' adormecido. Precisamos nos unir, pois na vida real, não seremos capazes de mudar o "impossível" sozinhos. Se cada um contribuir, mesmo que de maneira modesta, conseguiremos façanhas dignas de um filme de Hollywood.

No artigo do jornal o Estado de São Paulo (publicado no dia 3 de novembro) tanto na versão impressa como na online, vi apenas um limitado número de comentários. A que se deve isso? Na versão impressa houve 0 (Z-E-R-O!!!!) comentários. Na online, apenas 3 (T-R-E-S)!

Vejam o link da versão impressa aqui.

Acho que não é suficiente só comentar mas é sinal sadio em qualquer sociedade ter uma discussão sobre um assunto tão importante. Demostra interesse. Algo que perdemos talvez por achar que roubo é normal. Ora por ser um legado de muitas gerações, ora por convivermos diariamente com ele, não podemos ficar justificando nosso inércia (aquela que nos paraliza até para fazer comentários em um site de notícia) e falta de interesse.

É por causa da nossa passividade que a corrupção continua a ser ignorada em nosso país.

Termino este post, postando parte do texto do artigo que faz referências as ONGs, descritas no artigo, e que são o orgulho de nosso país. Sei que existem muitos dentre nós que não desistem da luta para um país mais digno, mais sério. E muitos outros que esperam apenas uma oportunidade como esta, a de encontrar pessoas que pensam igual, para agir.

Fica também o convite para participar da comunidade virtual na Internet, ou Ning Social Networking site, do FichaLimpa, criada justamente para aqueles que acreditam em um governo melhor.

Afinal, a realidade se constrói das ações e não de ideologia. 'Malucos' são aqueles que se acomodam com a mentira, a violência, o roubo e a corrupção.

ONDE SE INFORMAR

Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE)

Elaborou projeto de lei para barrar os fichas-sujas. Realiza também pesquisas em bancos de dados para avaliar cassações

www.mcce.org.br

Transparência Brasil

Fundada em 2000, formou banco de dados de fácil acesso na internet com informações sobre o Legislativo de todo o Brasil. Coleta informações, documentos, registros eleitorais

www.transparencia.org.br


Contas Abertas

Faz levantamentos de gastos dos parlamentares, disponibiliza planilhas com uso de verbas indenizatórias, gastos de emendas, aplicações de recursos tanto do Legislativo como do Executivo

www.contasabertas.uol.com.br


Voto Consciente

Movimento fundado em 1987, em São Paulo, para acompanhar e fiscalizar ações na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa

www.votoconsciente.org.br

Amigos Associados de Ribeirão Bonito (Amarribo)

Entidade do interior de Minas Gerais que congrega centenas de outras organizações de combate à corrupção em todo o País

www.amarribo.org.br

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