Sunday, December 13, 2009

Pespectives: "Chile: Leading Candidates for Presidential Elections"

Chile: Os Candidatos às Eleições Presidenciais
Por Nike Jung, Global Voice Online

A caminho das eleições presidenciais no Chile, quatro candidatos lideram o primeiro turno das votações do dia 13 de dezembro: o candidato da Coalizão pela Mudança (Coalición por el Cambio) Sebastián Piñera, o democrata-cristão Eduardo Frei da coalizão governista Concertação (Concertación), o independente Marco Enríquez-Ominami e do partido de esquerda Juntos Podemos Mais (Juntos Podemos Más), Jorge Arrate.

Foto das eleições de 2005 no Chile, por Alastair Rae. Usada sob uma licença Creative Commons: http://www.flickr.com/photos/merula/153178094/

A atual presidenta Michelle Bachelet foi a primeira mulher eleita presidenta no Chile em 2006. De acordo à constituição ela não pode se candidatar à reeleição e ficar no poder por dois termos consecutivos. O candidato Eduardo Frei busca outro termo como presidente após ter ocupado o cargo de 1994 à 2000. Filho do ex-presidente Eduardo Frei Montalva (1964-1970) cujo assassinato tem sido recentemente tema de discussão, Frei é apoiado pela coalizão atualmente no governo, que tem dominado a política chilena desde o fim da didatura de Pinochet em 1990.

Para o blogueiro Juan Pablo Opazo , é a experiência anterior de Frei no governo o que o faz questionar se o candidato é o mais adequado para lidar com as necessidades atuais do país:
no seu governo não houve progresso em nenhum dos temas que hoje são são necessários para ganhar mais votos. Seja com uniões civis entre homosexuais, a entrega e distribucição das pílulas do dia seguinte, aborto terapêutico, entre outros temas que ele nunca teria dado apoio se não fosse porque tinha baixa popularidade há quase uma semana antes das eleições.
Embora a presidenta Bachelet apóie sua nominação, Frei, de 67 anos, continua sendo pouco popular entre los chilenos, que é geralmente atribuída à forte desilusão de muitos cidadãos com a Concertação e seu rumo neoliberal. Isto aumenta as chances dos concorrentes de Frei, principalmente Sebastián Piñera. O candidato de direita combina as forças do partido Renovação Nacional (Renovación Nacional), RN, com as da União Democrata Independente, (Unión Demócrata Independiente) UDI, onde muitos dos seguidores de Pinochet agora se encontram. É a segunda tentativa de Piñera em ganhar a presidência: en 2005, ele perdeu para Bachelet no segundo turno.

Piñera é um dos homens mais ricos do Chile: recentemente a revista Forbes estimou sua fortuna em um bilhão de dólares. Ele esteve envolvido em um escândalo com a empresa aérea chilena LAN, pela qual foi multado em $700,000 USD ao comprar ações da aérea enquanto possuía informação previlegiada sobre a mesma. De uma forma ou de outra, seus diversos assuntos de negócios são matéria de crítica, como Daniel Mansuy descreve no seu blog Cadernos da quinzena (Cuadernos de la quincena):

O problema de Piñera é com ele mesmo: enquanto ele não for capaz de explicar quem ele é, será difícil confiarmos nele. Em outras palavras: já vi o Sebastián Piñera com a camiseta da UC [Universidade Católica do Chile] (quando foi a San Carlos), com a dos Wanderers (cuando tentou ser senador por Valparaíso) y com a do Colo Colo (já que é acionista): qual será o verdadeiro Sebastián Piñera?, em qual deles a gente acredita? Às vezes temos a sensação de que nem ele mesmo sabe muito bem.


Foto de magoexperto. Usada sob uma licença Creative Commons: http://www.flickr.com/photos/magoexperto/2975945703/

Na maioria dos temas de debate os candidatos apelam a assuntos de ordem moral: matrimônios do mesmo sexo, aborto (que é ilegal no Chile, mesmo em caso de estupro ou risco de vida para a mulher), pílulas de emergência e a legalização da maconha para uso terapêutico. Neste campo, quem tem vantagem é o candidato de 36 años Marco Enríquez-Ominami (conocido como MEO entre os chilenos), quem publicamente deixou a Concertação este ano e agora se candidata de forma independiente.

A vantagem do MEO é sua juventude: filho de um importante líder de esquerda, percebe-se que ele fica à vontade falando sobre o direito dos homosexuais, mais que qualquer outro candidato mais velho. Tal como Piñera, dono de um canal de televisão: Chilevision, MEO é um candidato que conhece bem os meios de comunicação já que tem experiência como produtor e diretor de documentários. Ainda que o sistema eleitoral chileno tradicionalmente favoreça a estabilidade de dois partidos ou coalizões, o candidato independiente poderia ser um sério concorrente nas eleições.

Em contraste ao fenómeno MEO (”fenômeno”, como é conhecido popularmente), Jorge Arrate, candidato da esquerda extraparlamentária, tem poucas chances de ganhar. Atraiu certa atenção nos debates na televisão e Internet, mas apesar de seus bons discursos, até seus seguidores, como a blogueira Anai Le reconhecem que sua situação é difícil:

Ah, já esquecia, Arrate não tem nem uma chance sequer de ganhar.
Pra mim, isso lhe dá uma aura meio romântica; uma coisa de gladiador que vai à luta mesmo sabendo que vai morrer. Mas vai até o fim.
O blogueiro Alejandro Lavquén resume brevemente outros candidatos con menos chances de continuar nesta primera parte das eleições:

Pamela Jiles vem de um mundo político sério e comprometido, mas seus inimigos a associam com a indústria de entretenimento devido aos seus últimos trabalhos na televisão. Mesmo assim, ela seria uma alternativa confiável para os independentes. No caso de Eduardo Artés se trata de um dirigente de longa trajetória cuja doutrina é sólida. Héctor Vega Tapia é uma figura pública desconhecida, se comparado com os outros candidatos, mas seus esforços seriam suficientes para permitir que ficasse e o nome de sua campanha soa pelo menos significativo.

A começos deste ano, o governo propôs reformas à lei eleitoral chilena, criada sob o régime Pinochet, que permitem mudar o sistema atual onde o registro eleitoral é voluntário, e uma vez que seja passado, votar será obrigatório. O jornal A Nação (La Nación) atualmente reporta 200,000 novos registrados nos cadernos eleitorais.

Para ler o original em inglês ou acessar em outros idiomas (espanhol e francês), clique aqui.

Traduzido por Simone Palma

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